Editorial: Derrubada do Governo Temer, Convocação de uma Constituinte e preparação para lutar

O Seara Vermelha, coletivo de assessoria popular, mídia alternativa e luta política, construído por militantes autônomos e independentes, vem através deste comunicado, editorial e esboço de programa,  expressar a opinião sobre os acontecimentos da atual quadra da conjuntura:

1.       Não reconhecemos o Governo Temer e nenhum dos parlamentares que votaram pela farsa do impeachment, muito menos deputados e senadores que votam projetos que retiram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Afirmamos que não haverá paz para nenhum destes senhores, de modo que devem se precaver a partir de então já que nenhum ambiente poderá ser mais considerado seguro para este tipo de gente;

2.       O Seara Vermelha identifica que o Brasil é absolutamente inseguro para o povo, de modo que quando o tráfico não executa o jovem pobre é o Estado, a partir da polícia, quem aperta o gatilho. Já que em nenhum lugar do País o povo tem a sua integridade física respeitada, muito menos os seus direitos, não há porque conceder qualquer tipo de privilégio a corja de ladrões que usurparam o poder em 2016 mas que também estão encastelados lá há séculos;

3.       Frente a violência secular perpetrada pelas elites brasileiras contra indígenas, negros, sem terra, sem teto, mulheres, LGBTs, trabalhadores e trabalhadoras em geral, afirmamos que é necessária a mais ampla unidade entre lutadores e lutadoras, com disposição para lutar pela derrubada do governo antipovo e pela construção do poder popular. Ademais, queremos reafirmar que foi o Estado brasileiro quem exterminou nossos antepassados, destruiu nossa memória, reprimiu e matou o nosso povo pobre no trânsito, nas manifestações, no trabalho, na periferia, nas ruas, nas casas, nas escolas, no campo, na comunidade etc.;

4.       Afirmamos o nosso apoio à convocação de uma Assembléia Geral Constituinte eleita pela base, com critérios que vedem a participação dos representantes dos ladrões históricos do dinheiro público, tais como grandes empreiteiras e construtoras, latifundiários, grandes meios de comunicação, banqueiros, especuladores etc.;

5.       Manifestamos o nosso apoio e disposição pra construir a maior greve geral deste País, se inspirando na energia militante de 28 de abril; pela ocupação de Brasília;

6.       Acreditamos na juventude como vanguarda dos processos de mobilização, entendendo o papel estratégico desempenhado por este setor ao longo da história do Brasil na resistência contra as ditaduras;

7.       Afirmamos que é preciso fugir das armadilhas eleitorais e apostar na construção de instrumentos populares deliberativos, democráticos e controlados desde as bases, já que o Estado é o “comitê político da burguesia” e a nossa função é lutar pra destruir esse mecanismo de opressão, por dentro e por fora;

8.       Reivindicamos o exercício legítimo do direito à livre manifestação, à desobediência civil em face de estruturas autoritárias ilegítimas e ação direta contra os abusos praticados pelo Estado e seus agentes;

9.       Diante do Estado de Exceção vigente e das conseqüências que isso acarreta conclamamos a militantes e dirigentes que reforcem a sua segurança e estejam em alerta permanente contra os inimigos do povo;

10.   Não temos tempo para ter medo. Nem um passo atrás que não seja para tomar impulso. Quem não se movimenta não se sente as amarras que o prendem. Todo poder ao povo.


Sertão, maio de 2017.

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