Por uma esquerda para além das notas



Sobre a greve dos caminhoneiros é importante notar alguns aspectos. Uns sobre a nossa posição enquanto organizações e militantes de esquerda, outros sobre o cenário geral.


Primeiro dizer que não precisamos ter uma opinião sobre todos os fatos e circunstâncias da vida. Por outro lado, se não dá pra ter opinião sobre tudo, existem fatos sobre os quais não podemos nos furtar. Todavia, ter ou não ter posição não tira a nossa obrigação de agir. Talvez esta seja uma constatação importante.

Em segundo lugar, sobre acontecimentos de semelhante envergadura, como uma paralização nacional, em vias de gerar uma crise de abastecimento, a atenção deve ser redobrada. Dito isso, é fundamental desvendar, em um primeiro momento, as forças sociais por trás dos acontecimentos. Sendo assim, parece claro a necessidade de formular as perguntas certas para que respostas razoáveis sejam elaboradas. Respostas certas para perguntas erradas vão nos causar enormes problemas. Imagine respostas erradas para questões imprecisas. Mesmo as melhores formulações, ainda assim, estão passíveis de fracassar.

O fundamental é que não podemos interditar a nossa capacidade de analisar a situação concreta. Nisso me parece residir a importância do método marxista. Por outro lado, jamais prescindir da possibilidade de ação. Errar agindo é pedagógico, sem contar que existe a possibilidade de acertar.

Não analisar e não atuar pode ser nosso erro fatal nesse momento. E a defensiva submete a esquerda a efeitos nocivos. Não forma, não cria referência e não transforma.

Por uma esquerda para além das notas!

Joaquim Macambira

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